Oz. São duas letras que para a Ordem DeMolay brasileira atualmente simbolizam o líder da juventude no país. É assim que o Mestre Conselheiro Nacional, Osvaldo Leite, gosta de ser chamado nas viagens por Brasil afora. Quase no limiar para a maioridade – completa 21 anos em junho -, o filho de Osvaldo Ramos e Maria Eloiza Leite saiu de Nova Xavantina, onde iniciou na Ordem DeMolay, em setembro de 2009 na fundação do Capítulo, conquistou o mundo. Foi Mestre Conselheiro do Capítulo
Cavaleiros da Paz nº 746, mesmo lugar que iniciou, Mestre Conselheiro Regional da 2ª Região do Mato Grosso e, finalmente, Mestre Conselheiro Estadual. Nessa função esteve no grupo de jovens líderes nacionais que participou do Congresso Internacional de 2013. Em seguida, o acadêmico de direito tornou-se líder maior dos jovens DeMolays, função em que cultiva uma máxima: “Fui investido no cargo de Mestre Conselheiro Nacional para atuar por uma gestão de um ano, mas fui iniciado na Ordem DeMolay para vivê-la uma vida inteira”. Conheça um pouco mais na entrevista do DeMolay Brasil.
O Ano DeMolay decidiu abordar um tema caro à juventude, a violência no trânsito. Como abordar esse assunto sem parecer chato para os jovens que não fazem parte da Ordem DeMolay?Na idade em que estamos, nós, DeMolays, o problema não é nem o assunto a ser abordado, mas a vontade de refletir e agir, que varia conforme nosso humor. O tema anual vem bem a calhar nos dias atuais, uma vez que há grande aumento de programas e campanhas de prevenção e combate a violência no trânsito. A sacada para tratar o tema é a abordagem juvenil que podemos implantar, quando trabalhamos interna ou externamente. DeMolays trabalhando nesse sentido é uma dupla chamada de atenção para a sociedade, sobre a situação e por ser apelo da juventude que, na maioria das vezes, é a maior prejudicada. Mas, de nada adianta, ser DeMolay e trabalhar o tema anual apenas nas atividades dos Capítulos, e, quando na rotina, desrespeitar as leis de trânsito. Não há como prevermos se a juventude se aterá à conscientização ou não, mas temos nós, que fazer nossa parte, que é servir.
Um dos principais problemas enfrentados no trânsito é o combate ao uso conjunto de álcool e o volante. E a Ordem DeMolay não vive muito longe dessa realidade. Como evitar que essa perigosa combinação se torne tragédias?“Sério que você não bebe?”, essa é a pergunta frequente e comum que fazem quando se encontra alguém que não consome bebidas alcoólicas. Como se a regra fosse o consumo dessa droga lícita. Os jovens são os maiores consumidores do álcool em nosso país, e os jovens DeMolays não escapam dessa classificação. Sabemos que não podemos controlar todo mundo. E nem queremos. O que buscamos é mostrar que essa combinação entre álcool e trânsito tem tudo para dar errado. Nosso papel é ser representação, exemplo. Nós todos. DeMolays são aqueles que tem de agir correta e conscientemente.
Como o Gabinete Nacional planeja desenvolver os projetos da gestão 2013/2014? O cronograma prevê novos programas até o final da administração?Nosso Gabinete tem uma visão diferenciada quanto ao desenvolvimento de projetos. Viemos com a intenção de enxugar as atividades de nossas organizações afiliadas para que elas trabalhem melhor e de forma mais cômoda, no sentido de viabilizar seus trabalhos sem excessos. Não temos a intenção de sermos melhores ou piores que ninguém, pois acreditamos que a diferença entre os líderes não está em “o que fazem”, mas sim em “como fazem”. Nossa forma de gerir é que está sendo o grande diferencial. Já foram lançados os projetos tradicionais do Gabinete Nacional, e vêm mais por aí. Estamos engatando os projetos que não são obrigatórios, mas que podem auxiliar os Capítulos que aderirem, em suas atividades, como o Embaixadoras DeMolay e o Programa de Apoio as Instituições DeMolay (PAID). Não temos pressa para executar todo o plano de gestão, temos pressa para fortalecer a DeMolay por onde passamos. Podem esperar trabalho e mais trabalho durante nossa gestão. Ainda vem muita coisa por aí. E, é claro, contamos com a adesão de todos.
Mato Grosso e Amazonas, os estados do Mestre Conselheiro Nacional e do Mestre Conselheiro Nacional Adjunto – no caso Douglas Aguiar – são distantes do restante do país, mas ainda assim a agenda de visitas do Gabinete Nacional continua lotada. Como vencer a barreira da distância e estar presente também nos Capítulos e Organizações Afiliadas?E onde já se viu agenda de MCN ter espaços? (risos) Douglas e eu, desde que decidimos formar uma chapa para chegar onde estamos, sabíamos que o trabalho ia ser intenso e exigente, inclusive, que poucos seriam nossos finais de semana em casa durante a gestão. Esse contato com os DeMolays é tido como essencial para nós, pois sabemos que muitas vezes nossos projetos não chegam a ser executados em todos os locais devido as realidades diferentes em que se encontram. Mas a possibilidade do contato direto com as lideranças nacionais faz grande diferença na vida de muitos membros da DeMolay. Estamos sempre nos eventos estaduais e realizando algumas visitas por nossas organizações afiliadas, e temos em mente que durante esse uma ano de gestão, esse é um dos nossos principais papéis.
A Ordem DeMolay continua a viver um momento de franca expansão no Brasil. Como ser um líder inspirador para os jovens que estão chegando agora?Ser um líder inspirador?! (respira) Desde criança ouvia minha avó dizendo: “Nunca devemos aceitar a posição que o mundo nos impõe de sermos ‘mais 1’, devemos sempre buscar ser ‘1 mais’.” Minha história de vida nem sempre foi exemplar. Tinha tudo para ser um menino turrão, desaforado e problemático, fui assim no início da adolescência. Mas chegou um momento em que me ocorreu um “despertar” e isso ocorre para todos. Mais cedo ou mais tarde, ocorre. E esse “despertar” foi um amadurecimento de minha consciência de que a sociedade em que vivemos inverteu a maioria dos bons valores construídos durante séculos. Ser exemplo a um grupo de garotos que são espertos e têm acesso ao conhecimento é um desafio constante, que me remete a uma cobrança pessoal de ser cada vez melhor, para cada vez melhor servir. Nós temos a oportunidade de escolher nossos líderes na vida, e hoje, direta ou indiretamente, sou o líder de um grande exército de jovens que são o presente de uma nação. Isso assusta as vezes. Trabalho para que o “despertar” para a vida como um bom homem, chegue mais breve aos meus liderados. Procuro ser acessível, disponível e disposto, pois se é pra inspirar, que seja a todo momento. Que ao “inspirar” os meninos estejam internalizando o bem, e ao “expirar” os meninos estejam praticando-o. . Esse processo de ser modelo aos demais, exige que as pessoas nos conheçam além do cargo, e é isso que tento proporcionar. E assim que tem que ser. Deus – Pátria – Famíla, a todo momento a DeMolay nos remete a base de nossas vidas, eu procuro construir a minha assim e ajudar a quem quiser a fazer o mesmo. Sou enormemente grato a Deus pela oportunidade de servir.
Já é possível relatar alguma diferença entre o Osvaldo Leite que tomou posse em Manaus e o de agora?É difícil falar de nós mesmos. (Suspira) O Osvaldo Leite que tomou posse em Manaus era um jovem que queria implementar um ritmo na Ordem DeMolay brasileira, na tentativa de retribuir o bem que recebeu. Tenho conseguido fazer isso. Por diversas razões e motivos, o Osvaldo Leite é outro hoje, no pessoal e na DeMolay. A vida me ensina todos os dias a buscar a firmeza e a tranquilidade. Firmeza de poder dar a minha palavra como homem sobre as minhas ações e pensamentos, e a tranquilidade de saber que sempre estou buscando fazer o bem. O cargo me trouxe uma visão diferente sobre a instituição e suas finalidades, vejo a DeMolay hoje como instrumento de supressão de carências. Carências de relacionamentos, de oportunidades, de ambiente saudável, de ocupação. DeMolay tem o material certo e a energia certa. Força da juventude e experiência da idade adulta, trabalhando em um só local. Sempre fui muito observador, e hoje ainda mais. Sou bem mais calado e atencioso, cuido para que minhas palavras e conselhos sempre agreguem para o bem. Me decepciono fácil, mas não me abalo comumente. Busco a serenidade, por entender que somos seres que são movidos a sentimentos a todo momento, e se não soubermos controla-los, eles nos controlam. O Osvaldo Leite hoje é um jovem que entende que tudo tem seu tempo, e que nossa função como seres humanos é fazer com que o mundo seja melhor para mim, para os meus e para todos os demais. Começo isso fazendo a minha parte.
O que esperar do Gabinete Nacional até Fortaleza?Esperem um Gabinete Nacional atuante, a todo momento fazendo questão de que os membros de nossa instituição saibam que nós somos fruto do trabalho de cada um deles. Alguns projetos ainda serão lançados, cobranças serão feitas, aproximação intensificada. Não queremos líderes com submissão, por isso trabalhamos com quem quer trabalhar. Ao longo da jornada que tive, aprendi que um dos passos para o sucesso, é desistir de agradar a todos, e assim tenho feito. Fui investido no cargo de Mestre Conselheiro Nacional para atuar por uma gestão de um ano, mas fui iniciado na Ordem DeMolay para vivê-la uma vida inteira. Esperem de nós o melhor. Pois não esperamos algo diferente de vocês. Afinal, somos e sempre seremos uma “Nação de Virtudes. DeMolay de Atitudes.”
Bem perto do final do ano, não poderíamos deixar de pedir uma mensagem para os membros da Ordem DeMolay.Ao nos aproximarmos das festas de final de ano muita reflexão e alegrias aparecem, e nós, do Gabinete Nacional, gostaríamos de direcionar parte desse momento para a importância da DeMolay na busca pelo nosso reconhecimento como homens de bem. Saibamos aproveitar nossas vidas, agindo sempre orientados pelo coração e mente, sem praticar algo do qual possamos nos arrepender no futuro. Rogo ao Pai Celestial que preencha nossos lares e corações com suas bênçãos, para que nossas vidas sejam cada vez mais ternas e eternas em sua luz, paz e amor. Que o Natal seja revigorante e o Ano Novo promissor e ascendente, repleto de realizações e felicidades. Que Deus nos dê guarnição! Um abraço apertado do Oz!