#AnjosdoBem - Flávio Carvalho
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Conheça Flávio Carvalho, Diretor da Associação Comercial e Empresarial de Apodi (ACEMA), Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), DeMolay, Maçom e Past Grande Mestre Estadual do Rio Grande do Norte (PGME/RN). 

Dando início ao "Anjos do Bem" vamos publicar histórias de irmãos DeMolays que estão fazendo a diferença durante esse momento tão difícil e nos deixando orgulhosos. Vamos começar com Flávio Carvalho. O empresário potiguar desenvolveu um protótipo de Máscara Protetora Facial para ajudar profissionais de saúde sem nada em troca. Εssa nobre atitude nos faz repensar o que estamos deixando de priorizar neste momento. "Infelizmente, o brasileiro tem o costume de querer sempre ganhar tudo em cima do que ele faz. Ε eu, sendo um DeMolay, jamais me sentiria bem tendo lucros em cima disso. Esse não foi o meu ensinamento nesses 25 anos de Ordem DeMolay. Eu aprendi a ser uma pessoa capaz de ajudar o próximo mesmo com pouco" explica Carvalho.

Flávio é dono da Infodigital, uma empresa de comunicação visual onde as máscaras estão sendo produzidas. A intenção sempre foi a doação das máscaras para as pessoas que estão na linha de frente em combate à COVID-19. Αs máscaras têm como base de produção acrílico, lâmina de acetato para a viseira e elástico de sustentação para a proteção nas áreas da boca, olhos e nariz. Ele também é responsável pela criação de protetores de acrílico para os caixas de supermercado, mantendo as pessoas que estão trabalhando um pouco mais protegidas. Para a Ordem DeMolay pessoas como o Flávio são fundamentais para a sociedade, pois mostra aos mais jovens os verdadeiros ensinamentos de um DeMolay.


Acompanhe a seguir a entrevista feita com Flávio sobre o resultado das máscaras de acrílico e como ele está lidando com a crise gerada pelo coronavírus (COVID-19). 


Como surgiu a ideia de criar uma máscara diferente das convencionais?

Faço parte do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus e recebi muitas queixas sobre a escassez de álcool em gel e máscaras principalmente. Preocupado com isso comecei um novo projeto testando as máquinas de Acrílico, PVC e 3D da minha gráfica. Os primeiros testes foram realizados na máquina 3D, mas ela demorava uma média de três a quatro horas só a base de sustentação das máscaras. Então junto ao meu irmão comecei a trabalhar nas máquinas a lazer e conseguimos fazer as máscaras. Enfrentamos outra dificuldade, a matéria-prima estava em falta no mercado, pois moramos em uma cidade pequena e precisei contar com a parceria de amigos para conseguir os materiais necessários. 


Como está funcionando a produção e distribuição das máscaras?

A produção está a todo vapor, tenho 20 colaboradores que estão trabalhando em casa e levamos, em média,  dez minutos para produzir uma máscara. Estamos distribuindo para médicos, enfermeiros, postos de saúde, hospitais, polícia militar, idosos e alguns agentes da vigilância sanitária.


Você pensa em fazer parcerias e levar as máscaras para outras localidades? 

Penso sim, inclusive já estamos fazendo isso. Minha única exigência é que atendam as reais necessidades desse projeto sem querer tirar proveito disso. Já me procuraram para revender as máscaras e eu disse que não fazia isso. Minha cidade é Apodi e estou atendendo as localidades vizinhas como, Caicó, Umarizal, Acaraú, Felipe Guerra, Mossoró e muitas outras. Atendo aquelas que preencham os pré-requisitos de ajudar ao próximo e não querer lucrar em cima. Volto a repetir, não cobro nenhum custo adicional, minha intenção nesse momento é ajudar as pessoas e não pensar apenas nos lucros.

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Conte como está sendo essa experiência para você.

É gratificante. Nós que fazemos parte da Ordem DeMolay - e de outras instituições também sabemos que no trabalho voluntário o maior retorno é a gratidão das pessoas. Não tem dinheiro no mundo que pague o carinho e os agradecimentos, mesmo de pessoas que eu nem conheço, mas que, de alguma forma, pude ajudá-las. A cada dia me sinto mais motivado a continuar ajudando e fazendo o que eu faço.


Sua empresa foi afetada pela quarentena? O que está sendo feito para driblar os baixos rendimentos?

Fomos afetados sim. Tenho uma papelaria e uma gráfica com 20 funcionários, colocamos todos em casa. O governo do estado havia lançado um decreto para serem feitos protetores de acrílico para os caixas de supermercados, como minha empresa trabalha com esse material pegamos o projeto e caímos em cima. Todo o nosso estoque acabou e depois ligamos para os fornecedores e conseguimos prorrogar os pagamentos. Juro que ainda não calculei os baixos rendimentos, penso que vamos ter que mudar as estratégias e se reinventar para conseguir dar a volta por cima, estou pronto para começar do zero se for preciso. 


Como empresário e Presidente da Câmara Dirigentes Logistas, qual seu conselho para quem está com receio de ter que fechar as portas?

Que sejam mais humanos, mais coerentes e sensatos. Todos nós precisamos sobreviver e, infelizmente todo mundo vai sair perdendo alguma coisa. Ou, como diz aqui na minha cidade, "todo mundo vai cortar a carne." Como empresários precisamos fazer a nossa parte e ajudar o próximo para sairmos dessa pandemia o mais rápido possível. Eu tenho pensado pouco na minha empresa. Estou pensando mais no próximo e nas empresas dos outros, por isso estou ajudando e orientando quem eu posso. 90% dos comerciantes não têm caixa para aguentar 10 ou 15 dias, 80% não sobrevivem sem os bancos, então é um momento muito delicado. A minha orientação hoje como empresário é que a gente faça a diferença salvando o máximo de vidas, antes de pensar em lucro e dinheiro devemos ajudar o próximo, pensar nas pessoas nesse momento é o mais importante.



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